Célula Vermelha

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"Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira!" CHE

Mobilização na Paulista

Mobilização na Paulista
Integrantes da Célula na mobilização da Paulista

Mobilização na Av. Paulista

Mobilização na Av. Paulista
Cerca de 40 mil professores da rede Estadual de ensino tomaram à Av. Paulista nesta sexta dia 12/03/2010

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Depoimento da professora Amanda Gurgel

http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA

Video onde esta bela e sincera, professora apresenta uma síntese dialética da situação da educação no Brasil

sábado, 14 de maio de 2011

A revolução pela paz começa em nós mesmos

10 de maio de 2011 às 17:02h

Satiagraha está longe de ser apenas o nome da operação desencadeada pela Polícia Federal, em 2004, contra a roubalheira de dinheiro público comandada por políticos, empresários e funcionários públicos. A palavra designa também o princípio da não-agressão e da revolução pela paz, preconizado pelo líder espiritual indiano Mahatma Gandhi, conhecido como Satyagraha (com “y”, em sânscrito).

Concebido inicialmente como um movimento pacífico de resistência da nação indiana à opressão do império britânico, na primeira metade do século XX, o termo passou a inspirar os ativistas da não violência, em todos os cantos do planeta.

Engana-se quem pensa, porém, que Gandhi cunhou o termo na intenção de sacralizar o povo indiano e demonizar o inglês. A revolução que propunha incluía todos e se assentava em uma mudança radical dos paradigmas morais dos próprios oprimidos, tanto quanto dos opressores. “A única revolução possível é dentro de nós”, dizia.

Mais de oitenta anos após sua criação, este conceito nunca esteve tão atual como no Brasil de maio de 2011, que se ocupa de infindáveis discussões sobre a eficácia da Campanha do Desarmamento, lançada no Rio de Janeiro pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no último dia 6.

Há um evidente, e grave, equívoco no modo como este debate tem sido fomentado, sobretudo pela grande mídia. Como de costume, parte expressiva dos veículos de comunicação de massa discutem este tema complexo de maneira quase sempre superficial e ingênua, quando não parcial e preconceituosa.

Atingem este primor do mau jornalismo aplicando uma grossa camada de verniz paternalista ao assunto, atribuindo unicamente às autoridades públicas a responsabilidade pela solução do problema e classificando de inútil ou demagógica qualquer tentativa de pacificar o povo por meio de campanhas educativas de massa.

Não dizem, porém, o que mais se espera deles: a verdade. É óbvio que o Estado é o principal gladiador na arena na qual se trava o combate à violência. Mas não é o único.

Este flagelo social só será reduzido a níveis toleráveis se houver um permamente e profundo envolvimento da sociedade, de três formas distintas: na denúncia impiedosa dos criminosos à Justiça, na criação de mecanismos coletivos de fiscalização e controle (a polícia comunitária, por exemplo) e, acima de tudo, no rompimento radical com a cultura da violência que invade mentes e corações de boa parte dos cidadãos.

Disto decorre que não são apenas os criminosos os arautos da criminalidade. São também todos aqueles que coadunam ou praticam atos de violência, nas suas mais variadas expressões. Acreditar que o locus da violência são apenas as favelas e presídios é pura expressão de preconceito. Seu habitat é o tecido social. E seu núcleo está dentro dos lares de muitos de nós.

Há muita coisa em comum entre os autores dos 50.113 homicídios que ocorreram em 2008 (último dado oficial do Ministério da Justiça) e os irresponsáveis que matam suas vítimas no trânsito – nada menos que 42 mil cidadãos, anualmente, segundo o portal SOS Estradas. Gênero de violência que também chamamos de imprudência.

Não é diferente o que ocorre com os marginais travestidos de torcedores de futebol que matam amantes do esporte, estupidamente, dentro e fora dos estádios. Gênero de violência que também chamamos de vandalismo.

Idem em relação aos canalhas da latinha que, sem compromisso nenhum com o desenvolvimento sócio-cultural deste País, veiculam programas de rádio e TV calcados no “mundocanismo” apenas para ganhar dinheiro às custas da miséria humana. Gênero de violência que também chamamos de sensacionalismo.

O mesmo raciocínio se aplica, ainda, aos que torturam ou matam animais em nome da ciência (nos laboratórios), da diversão (nos rodeios), do progresso (nas florestas) ou da ambição (nos canis, gatis, pet shops e aviários de produção em massa). Gênero de violência que também chamamos de crueldade.

Imprudência, vandalismo, sensacionalismo e crueldade são facetas diferentes de um mesmo prisma a nos provar que a violência, tal qual a paz, pode estar dentro de cada um de nós. Assim como o gentleman Dr. Jekyll e o psicopata Mr. Hyde, personagens em conflito que se fundem no mesmo ser no clássico “O Médico e o Monstro”, livro de ficção científica publicado em 1886, pelo escocês Robert Louis Stevenson.

Como diria Gandhi na sua pregação em defesa da aplicação do Satyagraha, a revolução pela paz tem que começar dentro de cada um de nós, porque assim como todas as formas de violência, é em nós que pode estar sua origem. O resto é puro exercício de retórica.

Lei da selva

Lei da selva
Mauricio Dias

13 de maio de 2011 às 13:25h


O debate do Código Florestal mostra a diferença entre ecologia e lealdade
Nos últimos 20 anos, período que sucede o fim da ditadura aos dias de hoje, nenhum governo contou com base de apoio político no Congresso tão grande quanto o recém-iniciado governo de Dilma Rousseff. O rolo compressor governista (59 parlamentares no Senado e 402 na Câmara), se usado, tem peso suficiente para esmagar a oposição. Mas, para isso, seria preciso ser reunido a um só toque de corneta. E isso não tem sido possível.

Entre presidentes eleitos pelas urnas, após o governo Sarney, escolhido indiretamente, a situação na Câmara mostra o tamanho do apoio que, em tese, beneficia Dilma (tabela). Collor teve minoria, Itamar compôs uma maioria frágil, Fernando Henrique navegou em mar sereno e Lula governou com maioria apertada no primeiro e folgou no segundo mandato.

Sob Dilma, o expressivo governismo no Congresso ainda está em crescimento.



A oposição partidária, ao contrário, pode encolher mais pela diáspora em direção ao PSD, partido criado pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab. Ela conta, hoje, com pouco mais de cem integrantes, somados os do PSDB, do DEM, PPS e PV. À esquerda, o PSOL. E esse número pode minguar para 90 na Câmara. No Senado, os atuais 22 oposicionistas devem baixar para 20 ou 19.

A base governista, no entanto, não é consistente. Houve sintomas de fragilidade na votação do novo índice do salário mínimo para 2011. Ficou clara agora essa fraqueza com a fratura exposta durante a penosa e inacabada votação do Código Florestal.

Os líderes governistas não conseguem nem mesmo impor o fechamento de questão sob a qual os infiéis à linha oficial do partido podem ser punidos.

Por que uma base política tão grande tem se mostrado tão frágil?

Primeiramente, porque é grande demais ou, como constata Antonio Augusto de Queiroz, coordenador do Diap, o tamanho e a consistência esbarram na “heterogeneidade”.

“A base governista cresceu em quantidade e em qualidade. Mas tem uma variedade de interesses que emergem em votações difíceis como a do Código Florestal”, diz Queiroz, um cientista político quase insuperável quando se trata de avaliar as variações de comportamento no Congresso Nacional.



“Se dependesse somente da vontade do governo, seria mais fácil. O tema, entretanto, com grande repercussão na mídia, força o governo a negociar para tentar reduzir um impacto maior no plano internacional”, avalia.

A ecologia é, sem dúvida, um fato de real importância para o Brasil e para o mundo. Entretanto, a lealdade ambientalista dos políticos, aqui e alhures, nunca foi nem será maior do que a lealdade aos governos.

Essa regra pode ser mais claramente compreendida assim: os políticos são leais aos partidos, que, por sua vez, devem lealdade aos governos que se aliam em troca da participação nas administrações.

Nesse sentido, não há ninguém satisfeito na base governista. Dilma tenta, numa cruzada virtuosa, na qual tem colhido vitórias e derrotas, blindar o quanto possível o excesso de interesses políticos na administração. E, nas instâncias governamentais mais distantes, luta para impor nomes tecnicamente qualificados.

Isso é visível em algumas das ações de Dilma e audíveis em alguns dos discursos que faz. Ela semeia o vento da boa intenção e, muitas vezes, como agora na votação do Código Florestal, colhe tempestade.

Andante Mosso
Comentários sobre os principais acontecimentos políticos da semana

Alô, papai!

Neguinho da Beija-Flor de Nilópolis, campeã do carnaval carioca de 2011, acaba de se filiar ao PCdoB.

Esse enaltecido puxador de samba será escalado para puxar votos em 2012.

Nos discos, ele costuma saudar o bicheiro Anísio Abraão, “dono” de Nilópolis, na Baixada Fluminense, com a frase: “Alô papai, a família Beija-Flor te ama!”

É uma infiltração consentida dos bicheiros nas fileiras comunistas.

A cor de Marina

Há rumores no mundo político sobre o futuro da ex-senadora Marina Silva (PV).

Ela seria um possível trunfo político-eleitoral da direita para a eleição presidencial de 2014. Encabeçando ou secundando uma aliança conservadora.

O multicolorido do movimento verde favorece a especulação.

O mundo gira

O fantasma do “imperialismo” brasileiro ronda a cabeça dos hermanos.

Ao jornal argentino Página 12, de 10 de maio, o diplomata Samuel Pinheiro, escolhido em comum acordo – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – para representar
o Mercosul, explicou a posição brasileira no bloco:

“Não é um império, não quer ser e nem quer repetir os erros dos impérios (…) Temos interesses comuns para mudar as regras do mundo”.

Ou seja, alterar a cruel relação das potências centrais com as ex-colônias.

“Loco Abreu”

Militante aguerrido do PT, o ator José de Abreu já ganhou apelido carinhoso dentro do partido: “É o nosso Loco Abreu”.

Uma referência ao uruguaio que atua no Botafogo, do Rio de Janeiro, um atleta de qualidade e de jogadas arriscadas.

Pátria Livre

Vem aí o Partido Pátria Livre (PPL), formado por militantes do MR-8.

A sigla é referência e homenagem à data da prisão de Che Guevara na Bolívia, em 1967. Já foram coletadas e já foram reconhecidas em cartório, por exigência da legislação, mais de 400 mil assinaturas.

Embora ainda no ventre, o PPL que tem como expressão sindical a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), contou com apoio da Força Sindical.

O MR-8 atuou durante anos no PMDB, alimentado pelo ex-governador paulista Orestes Quércia.

Para atuar nas eleições de 2012 terá de obter registro oficial até setembro.

Em alta

Com poucos recursos, mas com ativa participação da militância, Marcelo Freixo, do PSOL, recebeu a segunda maior votação para a Assembleia do Rio de Janeiro.

Morador e eleitor de Niterói, ele arrancou uma expressiva votação na capital.

Assim, virou o nome que os militantes sonham para a disputa da prefeitura do Rio ou de Niterói, em 2012.

Como parece, no entanto, sem chances, há os que preferem que ele permaneça onde está, embora seja notório que, se empurrado para a missão, fortaleceria o partido de um lado ou de outro da Baía de Guanabara.

Lula e o emprego

Em 2010, foi registrado um número recorde de geração de empregos com carteira assinada e de servidores públicos contratados: 2,8 milhões.

A soma do trabalho formal chegou a 44,1 milhões pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais), iniciada em 1975.

Acima de um terço, 15,3 milhões, foram criados nos dois mandatos de Lula.

Mais de 5 milhões no setor de serviços, cerca de 3,5 milhões na indústria de transformação, e pouco mais de 2 milhões no serviço público (tabela).




Mauricio Dias
Maurício Dias é jornalista, editor especial e colunista da edição impressa de CartaCapital. A versão completa de sua coluna é publicada semanalmente na