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Mobilização na Paulista

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mídia ordena criminalizar paixão de Lula pelo Corinthians

Segue em curso o quarto golpe contra o ousado operário Luiz Inácio. Desta vez, a ordem é derrubar um dos pilares de apoio de seu governo. Guardados há tanto tempo, os marimbondos de fogo agora se voltam contra o maranhense Sarney. Somente agora. E nada se fala do propineiro lutador de jiu-jitsu, do primo do Agaciel ou do Heráclito que, ao contrário do grego, banha-se muitas vezes no mesmo rio da corrupção.

Por Mauro Carrara


Na versão 2009, os ataques da mídia monopolista são disparados dos mais diversos flancos, o que significa que até as editorias de Esporte são agora convocadas para colaborar no projeto de desconstrução da imagem de Lula.

Procura-se, por exemplo, golpeá-lo num órgão vulnerável, seu coração alvinegro.

Quando menino pobre, o alívio do engraxate pernambucano era acompanhar as vitórias do time do povo pelo radinho de pilha. Já adolescente, passou a cultivar secretamente o sonho de um dia defender o clube dos operários.

A vida passou. Não deu. E Lula teve de contentar-se com o sindicalismo, com a militância partidária e, depois, com a presidência da República. Seus dias festivos, porém, ainda são aqueles que sucedem grandes jogos do Timão, quando pode azucrinar os torcedores adversários.

Percebeu-se essa nuance juvenil no repertório das condutas de Lula. Assim, nos últimos meses, a ordem nas redações é criminalizar a paixão de Lula. E tem funcionado bem.

Ao lançar suspeitas sobre sua participação nas coisas corinthianas, por exemplo, atiça-se obviamente a ira dos torcedores das outras agremiações.

Afinal, nem todos leem os cadernos de política. É preciso semear o ódio ao metalúrgico em outros eixos midiáticos.


O Fenômeno e o CT


O mais recente “escândalo” foi fabricado durante o programa Bem, Amigos, do Sportv. Nele, o jogador Ronaldo afirmou que Lula auxiliaria o Corinthians na reforma de seu Centro de Treinamento (CT). Em algum momento, gabando-se de saber o que ninguém sabe, disse que o presidente estaria indicando empreiteiras para executar o serviço.

Pronto! Indignação seletiva nacional.


Como de praxe, nenhum jornalista procurou checar os fatos. A escribaria tratou logo de julgar e condenar sumariamente, tanto o presidente quanto o clube.


Não há obra. Não há empreiteira. Inexiste até mesmo a tal sugestão, mas a mídia alvoroçou-se. E voam penas dos tucanos interessados em detonar mais uma crise. O bicudo José Aníbal, por exemplo, exigiu na Câmara esclarecimentos sobre mais “este escândalo nacional”.


Mas qual a reação da mesma imprensa em relação à conduta de outros políticos no campo do esporte?


A “vaca sagrada” da imprensa brasileira, o governador José Serra, articulou-se com o presidente da CBF e com a FIFA na tentativa de converter em mundial um título ganho pelo Palmeiras, em 1951. Lá no Palestra Itália, vive dando seus conselhos sobre o processo de construção da nova arena do clube.


Lá pelos anos 50, Ademar de Barros atuou diretamente no processo de doação de um terreno para que o São Paulo construísse o Morumbi. O acerto casado envolvia, aliás, a Imobiliária Aricanduva, do próprio Ademar. A obra gigantesca teve suporte de Laudo Natel, o bem relacionado homem do Bradesco que se tornaria governador do Estado na época da Ditadura Militar.


O mesmo São Paulo tem recebido apoio irrestrito do prefeito demista Gilberto Kassab em seu projeto de sediar a abertura da Copa 2.014. Frequentemente, o alcaide sampaulino visita o Jardim Leonor para discutir o assunto com seu amigo Juvenal Juvêncio, o capo tricolor.


Em todo canto, os políticos participam da vida dos clubes. O governador do Rio, Sérgio Cabral, vive metido nas coisas do Vasco. Lobista pra lá de assumido, roga ajuda a Deus e ao mundo para salvar seu time da falência e reconduzi-lo à Primeira Divisão. Em Minas, o governador Aécio Neves não é menos envolvido com seu Cruzeiro.


Em todos esses casos, entretanto, não se vê indignação das patrulhas da imprensa. Tudo é visto como engraçado, folclórico e inofensivo. Afinal, essa turma tudo pode ou tudo pôde.


O caso das empreiteiras


Os jornalistas atentos e honestos que acompanharam o caso sabem exatamente o que ocorreu.

Lula e o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, visitaram o Morumbi, no fim de Junho. Foram ver o projeto sampaulino para a reforma do estádio.


Dias depois, Sanchez, Ronaldo e outros jogadores estiveram em Brasília, onde exibiram a taça da Copa do Brasil, conquistada diante do Internacional.


Nas conversas informais, Lula perguntou sobre o Centro de Treinamento do Corinthians, cuja estrutura é sabidamente precária. Sanchez respondeu que estava fazendo o possível, mas que o clube ainda enfrentava dificuldades financeiras.

O presidente, então, observou que para obter empréstimos o Corinthians precisaria oferecer “garantias concretas”. Segundo ele, era a forma de se conduzir com lisura o processo.


Em seguida, afirmou que a obra deveria ser feita por empresas especializadas. Segundo ele, não bastava botar “meia dúzia de pedreiros” e mandar “subir parede”. Lula lembrou o caso da instalações do Pan 2.007, cujo trabalho foi entregue a companhias tecnicamente habilitadas para o serviço.


Sanchez concordou. O presidente, então, diante de Ronaldo, afirmou que iria ver a questão com carinho, procurando se informar com os “bambas” da área.


Dessa conversa singela procede a informação que Ronaldo inocentemente divulgou no programa televisivo de Galvão Bueno.


Muito jornalista sabe que essa é a história que deveria ser contada nos jornais, nos blogs e na TV. No entanto, prefere-se manter o mistério, alimentar a suspeita, semear ódios no cidadão-torcedor e dar sequência ao interminável ato golpista.

O pior deste duro prélio é que as regras são feitas pelos comentaristas, de acordo com o interesse momentâneo. E juiz não há; se há, é ladrão.

Blog Vi o Mundo

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