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sábado, 5 de março de 2011

O nosso PAC

01/03/2011


Por Gilvan Rocha

A disputa política circunscrita às fronteiras do Brasil de Cabral que, por herança, deixou para os Sarneys, Calheiros, Barbalhos, Jucás, o impune Maluf, latifundiários, grandes industriais, banqueiros e tantos poucos outros que mereceram essa “dádiva” da história do capitalismo, nessa “nossa pátria amada, idolatrada”, dar-se-á entre o nosso PAC e o deles.

O deles, como bem sabemos, chama-se Programa de Aceleração do Crescimento, ou melhor, Programa de Ação do Capitalismo. O nosso PAC é qualitativamente diferente e, além da diferença qualitativa, temos que destacar a urgência urgentíssima no seu processo de construção.

Nosso PAC é o necessário Partido Anti-Capitalista, algo que estará muito longe da esquerda convencional que não ultrapassa os limites do social-patriotismo e de uma lista infinda de “reformas estruturais” tão necessárias ao crescimento do capitalismo e que deixaram de ser processadas no governo Lula para não arranhar, de nenhuma forma, o seu conteúdo populista, cujo eixo consistiu em premiar a grande burguesia com fartos lucros e a imensa massa dos desvalidos, dos excluídos ou simplesmente dos lumpens proletários, com as migalhas que sobravam de tão indecente banquete.

Para construção do nosso PAC faz-se necessário demolir todos os fundamentos dos discursos burgueses e dos discursos produzidos, implementados e consolidados pelo velho stalinismo. É evidente que a sociedade respaldada na desigualdade social fosse ela o escravismo, o feudalismo, o modo asiático de produção ou o capitalismo, teria que repousar num imenso império de mentiras. Esse império de mentiras necessário à desigualdade continuou sendo indispensável para manter o mundo capitalista sob a farsa da existência de dois mundos. Um deles, o mundo capitalista, decadente e exaurido e o outro, ascendente e progressista onde corria leite e mel.

Era necessário o conluio entre os interesses do imperialismo e a burocracia instalada nos “Estados Operários degenerados” para manter, a qualquer custo, o sistema capitalista e evitar a todo e qualquer preço o avanço da revolução mundial.

Desmantelar esse tão sólido império da mentira é a tarefa mais urgente, árdua e necessária que temos pela frente no nosso objetivo de construir, não só em escala cabralina mas em escala universal, o Partido Anti-Capitalista.

O velho Manifesto Comunista dos jovens alemães, Karl Marx e Friedrich Engels, proclamou que a história era a história da luta de classes. A burocracia soviética teve que reformular esse princípio e em lugar dele lançar um dogma: “A história move-se pela contradição: nação opressora versus nação oprimida” e, dessa forma, foi banida a luta de classe, para dar lugar ao social-patriotismo que se faz presente nas hostes das esquerdas de matriz stalinista em suas várias feições.

O stalinismo, responsável pela manutenção de um capitalismo exaurido cuja incontida busca pelo lucro ocupa-se em destruir a vida na sua insensata caminhada, é o amparo necessário para que esse sistema mantenha-se de pé.

Esperança há que o nosso PAC, o nosso Partido Anti-Capitalista surja em tempo historicamente hábil para permitir que a humanidade não seja mergulhada irreversivelmente na tragédia total. O socialismo nunca foi uma fatalidade como diziam e dizem os discursos mentirosos da velha esquerda burocrática, por desinformação de muitos e má fé de alguns. O socialismo era e é, apenas uma possibilidade política que se imporá, ou não, como solução para a catástrofe. Mas, para se impor como solução é necessário que disponha de força política e social capaz de cumprir essa tarefa.

Vemos que os longos anos de permanência da cultura da desigualdade e, depois de noventa anos de stalinismo, temos pela frente uma assombrosa montanha de dogmas, preconceitos, mitos, crendices, mentiras, engodos e fantasias muito bem respaldadas pela ordem vigente e suas instituições que vão desde as religiões, às academias, aos grupos e partidos da esquerda convencional.

Diz a ignorância corrente na sua forma popular ou erudita que “a mentira tem pernas curtas”. Essa é a maior das mentiras, pois ela não só tem pernas longas e robustas, como tem caráter multimilenar e se apóia em alicerces bem fundados cujo objetivo nosso é dinamitá-los urgentemente para que, em seu lugar, possamos construir ou reconstruir os alicerces do anticapitalismo.


Gilvan Rocha é Presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos - CAEP.

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